Em tempos de aumento nos índices de desmatamento e de preocupação com os principais biomas brasileiros, o conhecimento sobre os prejuízos causados por ações irregulares é fundamental. No Rio Grande do Sul, a Seção de Perícias Ambientais do IGP adotou uma metodologia que permite estimar o custo dos danos ambientais nos locais desmatados em todo o Estado.
Foram analisados 105 Laudos, entre setembro de 2019 e setembro de 2020, relativos a uma área de 158 hectares (1 milhão 580 mil metros quadrados, o equivalente a 205 campos de futebol) onde houve corte raso, ou seja, toda a vegetação foi removida do local. O valor obtido foi de R$ 16.340.919,44 – dezesseis milhões, trezentos e quarenta mil reais. Esse seria o custo dos serviços ambientais prestados por esta vegetação, como manutenção do clima, controle da erosão e polinização da área.
Para chegar a este valor, foram levados em conta o estágio de sucessão da vegetação (se a floresta estava em desenvolvimento inicial, médio ou avançado), o tipo de uso do solo na região (se a área afetada era circundada por floresta nativa, se estava em meio a uma lavoura ou perto de um centro urbano) e a existência de restrições legais para a ocupação (área de preservação permanente, reserva legal ou unidade de conservação, por exemplo). Os peritos da Seção utilizam drones e imagens de satélite, além de dados da Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema), do Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe) e do Cadastro Ambiental Rural (Car).
Das 5.382 perícias realizadas pela Seção de 2004 a 2019, a maioria – 41%, ou 2.178 – referiam-se a locais desmatados, principalmente no bioma Mata Atlântica. A poluição hídrica vem em segundo lugar, com 22% dos casos. Nos últimos sete anos, O IGP recebeu em média 530 solicitações de perícia ambiental.
No ranking dos 10 municípios com as maiores áreas desmatadas, aparece Sananduva, com o total de 6,45 hectares. Demais municípios como Vacaria e Paim Filho também aparecem na lista.
Confira abaixo:
Município / Área (hectares)
(FOTO: DIVULGAÇÃO)