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VARIEDADES

O que explica a paixão do gaúcho pelo pão de alho?O que explica a paixão do gaúcho pelo pão de alho?

Publicado em 24/01/2019, Por GaúchaZH

A notícia da interdição de uma fábrica do produto em Porto Alegre mexeu com os gaúchos no dia 15 de janeiro. Afinal, trata-se do queridinho dos churrascos. "Mexer com pão de alho? Enlouqueceram?", escreveu um. "Que barbaridade, o vivente não pode confiar nem no pão de alho", esbravejou outro. Essas foram algumas das reações à notícia postada na página do Facebook de GaúchaZH sobre a interdição. Ela ocorreu em função de diversas irregularidades, entre as quais: falta de alvarás de saúde e localização e ausência de pia e kit higienização para mãos dos manipuladores do alimento. 

De origem incerta, o pão recheado com diversas misturas que envolvem alho é um aperitivo tradicionalmente brasileiro. Especula-se que possa ter derivado tanto das bruschettas italianas quanto das populares torradas do estado norte-americano do Texas, que levam manteiga e alho.

– Existem várias notícias sobre a origem. As que mais vejo são da Itália e dos Estados Unidos. Obviamente, o brasileiro adapta receitas. Viajei muito para Montevidéu e Buenos Aires e, lá, o pão de alho não é característico – diz o mestre parrillero Antonio Costaguta, do projeto El Topador.

Embora a ideia de acrescentar o item ao churrasco não seja recente, a novidade fica por conta da oferta desse produto industrializado. No mercado, há diversas marcas, formatos e recheios para os pães. E a demanda só cresce, afirma o gerente de projetos da Marsala Alimentos, Leonardo Santos. Segundo ele, a produção dos pães já ultrapassou a de massas frescas, produto que originou a empresa, há 22 anos.

– Iniciamos a produção do acompanhamento em 2015. Foi uma linha inovadora para nós e que, felizmente, deu certo. Hoje, é nosso principal produto.

Santos acredita que fatores como preço e praticidade – ao contrário das carnes, os pães ficam prontos em questão de minutos – impulsionaram esse sucesso.

 

Queridinho do churrasco

Com a popularidade em alta do Oiapoque ao Chuí, ele foi alçado ao status de queridinho do churrasco, tornando-se quase tão importante quanto as carnes em si, como comentou um internauta na postagem do Facebook: "Bah! O churras era três espetos de pão, dois de salsichão, dois de sobrecoxa e um de carne...". Exageros à parte, é bom lembrar que o alimento deve ser apenas um complemento, e não o principal do churrasco, portanto, deve ter uma quantidade reduzida.

– Vemos o churrasco sempre como uma coisa farta. Mas ele precisa ser pensado e planejado. As pessoas chegam com muita fome e comem muito pão e acabam perdendo as estrelas da refeição, que são as carnes. Quando se exagera na compra do pão, obviamente as pessoas vão deixar passar a experiência que está por vir – avalia o mestre parrillero.

 

E a saúde?

Para aqueles que veem o churrasco como sinônimo de abundância, é melhor ir com calma. É preciso ficar atento aos excessos e aos possíveis prejuízos que eles trazem à saúde. A nutricionista e mestre em engenharia de produção/qualidade Marlise Potrick Stefani lembra que o ideal é sempre optar por um tipo de carboidrato apenas como acompanhamento:

– Se quiser comer pão, não come maionese, nem arroz, nem aipim. E sempre com moderação. Dá para curtir, mas cuidando da quantidade.

Além disso, algumas substituições podem melhorar os aspectos nutricionais do pãozinho de alho. Trocas inteligentes como cacetinho integral no lugar do branco, e requeijão light substituindo a manteiga podem ajudar a conter as calorias – em um pão tradicional somam-se quase 300 calorias.

– E comer de três a quatro fatias, no máximo – completa a nutricionista.

Em casa, deve-se preparar os acompanhamentos para consumo imediato, orienta o médico veterinário Leonir Martello, coordenador do Programa Alimento Seguro Senac-RS. Ao optar pelos industrializados, é imprescindível que se compre apenas produtos refrigerados, dentro do prazo de validade e com rótulos.

– Se está rotulado é porque tem uma fábrica legalizada. Alguns açougues vendem em pacotes que não se sabe a procedência – diz o especialista.

Apesar de ser considerado um produto de baixo risco, ele não está isento de contaminação, principalmente, em função do contato com as mãos de quem os manipula durante o processo de fabricação.




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