Com o intuito de reativar o funcionamento de atividades não essenciais, um grupo de 19 municípios do Nordeste do Estado pediu ao governador Eduardo Leite a desvinculação da macrorregião de Passo Fundo, na qual foram enquadrados para o modelo de distanciamento controlado que será adotado no RS. Desde a última sexta-feira (1º), com o novo decreto estadual transitório, as cidades foram proibidas de abrir o comércio, já que a região foi classificada como bandeira vermelha.
Em documento enviado ao governador, a secretários e a deputados estaduais, a Associação de Munícios do Nordeste Riograndense (Amunor) justifica que as cidades têm como principal atividade a agricultura, considerada uma das com menor risco de contaminação, e que as restrições ao comércio vão aprofundar os danos econômicos causados pela estiagem.
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Embora tenham Passo Fundo como centro de referência para atendimentos de saúde, os municípios ponderam que alguns deles estão a até 150 km de distância do centro regional e solicitam a criação de uma subdivisão, na qual seriam enquadrados. Atualmente, 62 municípios do Norte e Nordeste do Estado devem obedecer às restrições.
— Muitos municípios ficam a mais de cem quilômetros de Passo Fundo, essa classificação (bandeira vermelha) não condiz com nossa realidade. Estamos vivendo a maior seca das últimas décadas e a economia está em frangalhos — justifica o presidente da Amunor, Felippe Rieth, prefeito de Capão Bonito do Sul.
Questionado na entrevista coletiva desta segunda-feira (4), Leite disse que o pedido será analisado pela equipe técnica de governo, mas demonstrou contrariedade com a possibilidade de desmembramento. O governador ponderou que a divisão regional foi feita com base em critérios técnicos, como a disponibilidade de leitos clínicos e de UTI.
— Não se pode, a partir de que uma bandeira não lhe atende, não lhe é favorável, estabelecer uma subdivisão para atender a uma região — disse o governador.
Lista de municípios da Amunor:
(FOTO: ARQUIVO / ASCOM PREF. DE SANANDUVA)