Após dois dias de manifestação na rodovia, o cacique Joel Guarani, líder do povo guarani que ocupa a reserva de Ventarra, em Erebango do Sul, confirmou o fim das as interrupções na via. Os bloqueios começaram na terça-feira (26) e seguiram nesta quarta. Veículos de emergência e ambulâncias tinham passagem livre a qualquer momento, enquanto os demais motoristas precisavam esperar pelas liberações na via, que aconteciam a cada meia hora.
Na região do Goio En, passagem entre Rio Grande do Sul e Santa Catarina, bloqueios chegaram a ser registrados na terça (26). A situação foi normalizada ainda no final da terça, conforme relatado pelos agentes do posto fiscal localizado na divisa dos dois estados.
Segundo explica Joel, a população das aldeias é contrária a proposta do governo federal para a extinção da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), órgão responsável pelo atendimento a esses povos. O temor era de que o serviço se tornasse encargo dos municípios, segundo ele, menos habilitados para prestar assistência especializada.
Contudo, na tarde de ontem, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, acompanhado do Secretário Especial de Saúde Indígena, Marco Antônio Tocollini, recebeu as reivindicações dos representantes indígenas em Brasília. O pedido segue agora para a Casa Civil, informou o cacique guarani de Ventarra. A sinalização positiva para o pleito dos manifestantes levou a determinação de encerrar os protestos.
Nesta quinta-feira (28), com o fim das manifestações, as aulas na escola estadual indígena que atende à reserva devem ser retomadas. Na terra indígena de Ventarra residem hoje cerca de 120 famílias, pertencentes aos povos kaingang e guarani. O traçado BR-135, onde ocorreram os bloqueios, cruza esse território.
(FOTO: ARQUIVO PESSOAL/JOEL GUARANI)