O Banco Central da Argentina (BCRA) elevou a taxa básica de juros em 15 pontos percentuais nesta quinta-feira (12), levando o juro nominal da chamada Letra de Liquidez (Leliq) de 28 dias a 133% ao ano.
Em comunicado, a autoridade monetária destacou que elevou a taxa de juros mínima garantida em prazos fixos de pessoas fixas, com piso de 133% para depósitos de 30 dias, com o “objetivo de reforçar o incentivo à poupança em pesos”.
Ainda, o BRCA destaca que os indicadores argentinos continuam a refletir uma “desaceleração no ritmo de aumento do nível geral de preços desde o pico da terceira semana de agosto”, sugerindo uma desaceleração significativa da inflação em outubro.
“O BCRA continuará monitorando a evolução do nível geral de preços, a dinâmica do mercado cambial e dos agregados monetários para fins de calibração da sua política de taxas de juros e de gestão de liquidez”, destacou, em nota.
Inflação
A inflação na Argentina voltou a subir em setembro, superando projeções dos economistas. O Indicador Nacional de Estatística e Censos (Indec) divulgou nessa quinta que os preços subiram 12,7% em setembro, em relação ao mês anterior. Algumas previsões apontavam para uma alta de 12%.
A inflação anual atingiu a marca de 138,3%. Os números reforçam a previsão de que a alta de preços ao consumidor deva fechar o ano em mais de 170%.
O descontrole dos preços e perda do poder de compra são temas que estão no centro do debate eleitoral e das preocupações dos argentinos. E a acelerada alta da cotação do dólar no câmbio paralelo tem aumentado a pressão inflacionária. Na tarde de quinta-feira, o dólar paralelo fechou em 980 pesos, depois de ter passado a barreira dos 1.000 pesos nos dois dias anteriores.
Em setembro, os itens que puxaram a inflação foram roupas e calçados (alta de 15,7%), lazer e cultura (15,1%) e alimentos e bebidas não alcoólicas (14,3%).
(FOTO: ARQUIVO RÁDIO SANANDUVA)