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Polícia Federal prende cacique caingangue e grupo ligado a ele no norte do RSPolícia Federal prende cacique caingangue e grupo ligado a ele no norte do RS

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Publicado em 09/12/2021, Por Gaúcha ZH

A Polícia Federal (PF) deflagrou, na manhã desta quinta-feira (9), operação para apurar a autoria e as circunstâncias de dois homicídios ocorridos na Terra Indígena da Serrinha, no município de Ronda Alta, no norte do Estado. As mortes aconteceram em 16 de outubro deste ano, em meio a uma onda de tentativas de homicídio e incêndios criminosos.

A chamada Operação Kãgtén, que conta com apoio da Brigada Militar, cumpre nove mandados de prisão preventiva e 16 de busca e apreensão. Entre os presos estão o cacique caingangue Márcio Claudino e apoiadores mais próximos a ele.

A investigação indica que aproximadamente 20 indígenas — que haviam sido expulsos da comunidade — estavam reunidos com o objetivo de protestar contra a liderança da Serrinha, quando foram cercados e surpreendidos por um grupo armado de dezenas de apoiadores ligados a Claudino. Os chefiados pelo cacique dispararam contra os manifestantes e atingiram dois indígenas, que foram mortos. 

O restante do grupo que protestava conseguiu fugir. As pessoas ligadas ao cacique perseguiram os fugitivos e depredaram o estabelecimento onde os manifestantes se reuniam, conhecido como "Recanto do Inácio". No local, foram incendiados quatro veículos.

A versão dada pelo cacique em entrevista a GZH, na época dos fatos, é bem diferente. Ele afirma que os homens mortos tinham tentado assassiná-lo. Eles teriam espingardas, com as quais emboscaram a caminhonete tripulada por Claudino e que foi perfurada por 27 tiros. A suspeita é de que o atentado alegado pelo cacique tenha sido forjado por ele.

Os policiais tentam encontrar armas e munições, com base em informações que já eram objeto de outro inquérito, de 2019. O cacique também é investigado por arrendamento ilegal de terras a colonos brancos (o plantio na área caingangue só é permitido a indígenas).

Na ação desta quinta-feira, participam 300 policiais da PF do Rio Grande do Sul, de Santa Catarina e de Brasília, do 3º Batalhão de Polícia de Choque, do Comando Regional do Policiamento Ostensivo do Planalto, do Comando Rodoviário da Brigada Militar e do Corpo de Bombeiros Militar, com equipes paramédica e de combate a incêndio para eventuais necessidades.

A Terra Indígena da Serrinha, com uma população de aproximadamente 3,5 mil indígenas, possui recente histórico de sucessivos confrontos violentos nos últimos anos. Em 2017, o próprio cacique — pai do atual — foi assassinado em uma emboscada.

Kãgtén, o nome da operação, significa "matar" ou "fazer matança" no idioma caingangue.

(FOTO: FÉLIX ZUCCO / AGÊNCIA RBS)







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