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Senado caminha com projeto que impede sindicatos de exigir pagamento de contribuição sem autorização do empregadoSenado caminha com projeto que impede sindicatos de exigir pagamento de contribuição sem autorização do empregado

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Publicado em 03/10/2023, Por O Sul

A CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) do Senado Federal aprovou, nesta terça-feira (03), um projeto de lei que impede a exigência do pagamento de contribuição de trabalhadores não sindicalizados.

O texto ainda precisa passar pela Comissão de Assuntos Sociais da Casa, onde será apreciado de forma terminativa — ou seja, caso aprovado, será enviado diretamente para análise da Câmara dos Deputados.

A proposta, do senador Styvenson Valentim (Podemos-RN), altera a Consolidação das Leis do Trabalho para que a contribuição assistencial seja paga, recolhida e aplicada desde que ocorra autorização prévia do empregado.

Em setembro, o STF (Supremo Tribunal Federal) validou a possibilidade da cobrança a todos os trabalhadores da categoria, mesmo os não sindicalizados. Essa contribuição precisa ser aprovada em acordo ou convenção coletiva.

De acordo com a posição da maioria dos ministros da Corte, trabalhadores podem ter o direito de se opor ao pagamento dessa contribuição, formalizando que não querem ter esse desconto no salário.

O julgamento no STF não tem relação com a contribuição sindical, também conhecida como “imposto sindical”, que deixou de ser obrigatória depois da Reforma Trabalhista, de 2017.

Apesar disso, o relator do texto no Senado, Rogério Marinho (PL-RN), usa a nomenclatura de “imposto sindical” no projeto de lei, e argumenta, no relatório, que essa contribuição tem uma “inevitável caracterização” de imposto.

Segundo o senador, o projeto de lei não vai contra o entendimento do Supremo, apenas regula como poderá ser feito o “direito de oposição” ao pagamento.

“O Supremo Tribunal Federal determina que o conjunto dos trabalhadores pague por aquele acordo, por aquela convenção. Entretanto, menos de 10% dos trabalhadores são sindicalizados e só quem vai às assembleias são sindicalizados. Então você está impondo a vontade da minoria sobre a maioria”, argumentou o relator.

Segundo o PL, o empregador deverá informar por escrito qual é o sindicato que representa sua categoria e o valor da contribuição assistencial cobrada já no ato da contratação. Também deve ser comunicado sobre seu direito de não se filiar ao sindicato e de não pagar a contribuição.

O empregado poderá se opor ao pagamento em até 60 dias do início do contrato de trabalho ou da assinatura de acordo ou convenção coletiva. O texto determina que o trabalhador não poderá ser cobrado, em qualquer valor, para que possa exercer o direito de não pagar a contribuição. O empregado ainda poderá mudar de ideia a qualquer momento e desistir da oposição.

Durante a sessão, Rogério Marinho questionou a função da Corte em decidir sobre a contribuição, argumentando que não cabe ao STF regulamentar a legislação.

“O nosso projeto não vai na direção contrária do que foi decidido pelo Supremo Tribunal Federal, apesar de acharmos que não é papel do Supremo Tribunal Federal trabalhar de forma impositiva na regulamentação de leis, como foi o caso em tela. Nós achamos que há, novamente, uma ultrapassagem dos limites de prerrogativas que geram a confusão que nós estamos imersos”, afirmou.

Senadores contrários ao PL

O texto foi aprovado de forma simbólica na CAE. Os únicos a se posicionarem de forma contrária foram os senadores Jaques Wagner (PT-BA), Paulo Paim (PT-RS) e Teresa Leitão (PT-PE).

Jaques Wagner, também líder do governo no Senado, tentou entrar em consenso sobre o PL, mas reconheceu a importância do sindicato para os trabalhadores. “Querendo ou não, o sindicato para se sustentar depende de alguma verba”, afirmou.

O senador Paulo Paim sugeriu que a votação do projeto de lei fosse adiada para que os parlamentares pudessem debater com empresários e trabalhadores para entender melhor o assunto. Entretanto, a sugestão não foi acolhida.

Tratativas do Senado com centrais sindicais

Na segunda-feira (02), o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e parlamentares da Casa se reuniram com diversas centrais sindicais do Brasil. O objetivo foi iniciar as tratativas do Congresso Nacional com o setor.

Segundo Rogério Marinho, que participou do encontro, as centrais propuseram uma auto-regulação em função da nova decisão do STF. Entretanto, as discussões ainda não terminaram.

(FOTO: ARQUIVO RÁDIO SANANDUVA)







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