Envie seu whats:
(54) 99673-0977


ESPORTES

Milho cresce na balança comercial do agronegócioMilho cresce na balança comercial do agronegócio

Compartilhe:
Publicado em 27/10/2022, Por Jornal do Comércio

Basta uma breve análise sobre os números da cultura do milho no País para entender a força e a importância do grão no cenário do agronegócio. Apoiado na produtividade crescente e na necessidade mundial de alimentos, o produtor brasileiro, que colheu uma safra recorde de 112,8 milhões de toneladas na safra 2021-2022, já prepara um novo ciclo projetado em quase 127 milhões na temporada 2022-2023.

É que a demanda externa já levou ao embarque de 24,6 milhões de toneladas, somente nos nove primeiros meses do ano. O resultado equivale a um aumento de 92,3% no comparativo com o mesmo período do ano passado. E, até dezembro, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) calcula alcançar 37 milhões de toneladas colocadas no mercado externo. Vale lembrar que o País já embarcou 42,8 milhões de toneladas em 2019, um recorde que poderá ser batido em 2023, quando são estimadas 45 milhões de toneladas.

O movimento crescente nas exportações brasileiras de milho já completa duas décadas. Na safra 2001-2002, o Brasil embarcou 2,5 milhões de toneladas, conforme a Secretaria de Comércio Exterior, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

É uma cadeia em franca expansão. Nos últimos 20 anos, a área plantada aumentou 400%, a produtividade subiu 49% e a produção, se confirmadas as projeções, registrará alta de 168%. Essa é uma tendência também para os próximos anos.

“Enquanto o Brasil estiver crescente no volume de produção, haverá demanda e espaço externo para aumento das exportações. Mas o grande fator de crescimento está na produção da safrinha brasileira de milho”, explica Paulo Molinari, analista da cultura da Safras & Mercado.

Em 2022, o excedente de produção sobre o volume absorvido internamente vira ouro em um ambiente de restrição de ofertas mundiais por conta da guerra na Ucrânia e das fortes ondas de calor e seca em importantes produtores do Hemisfério Norte. Esse pacote de fatores deverá aumentar a presença brasileira como exportador do grão, que já é negociado junto a 150 países, conforme o analista da Safras.

“Todo o mercado mundial compra milho do Brasil. Portanto, é mais fácil entendermos o crescimento das exportações brasileiras nos próximos anos pela amplitude maior de compradores”.

Um dos novos mercados que surge no horizonte do milho brasileiro é nada menos que a China, cuja demanda pelo produto em outros países mais do que triplicou nas últimas três safras, conforme o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos. E, no próximo ciclo, o país asiático sinaliza possibilidade de importar 18 milhões de toneladas.

De acordo com Molinari, ao contrário da soja, que é uma cultura de verão, o milho segue como uma cultura que cresce na safrinha. Este modelo não irá se alterar no médio prazo.

“O milho tem uma demanda interna e externa melhor do que a soja. E isto poderá ser acrescido se a China também se tornar importadora de milho brasileiro”, analisa.

As boas cotações do grão no mercado internacional exigirão mudança de postura também dos produtores de proteína animal no Brasil. Ainda que não haja risco de falta de oferta no curto prazo, o analista observa que o mercado consumidor precisará se acostumar com a variável das exportações e mudar suas estratégias de comercialização.

"O milho tem plena ampliação de produção, seja por área, seja por produtividade. Em alguns estados, como no sul do Brasil, o investimento em produtividade daqui para a frente será a única forma de melhorar a oferta no mercado interno”.

O alerta serve aos produtores gaúchos, que na próxima safra deverão colher 5,7 milhões de toneladas nos 823,3 mil hectares a serem semeados. Ainda que a produtividade esperada, de 5,7 mil quilos por hectare esteja entre as mais altas já verificadas no Rio Grande do Sul, o espaço destinado à cultura caiu quase pela metade em relação aos 1,4 milhão plantados na safra 2002/2003 e ainda mais sobre 1991/1992, quando a área chegou aos 2 milhões de hectares.

(FOTO: PIXABAY / CANVA)

 







Podcasts

Ver + JORNAL RSA NEWS Jornal dia 02 de Maio de 2024
ENTREVISTA Ademir Luiz Boni (Pipoca) | Vereador do Município de Sananduva
JORNAL RSA NEWS Jornal dia 01 de Maio de 2024